quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

E se não me falha a memória

Se não me falha a memória tive dose anos,
comi lasanha,
fiquei na espera.

Se não me falha a memória eu fiz planos,
achei muita coisa estranha
e que a vida era bela.

Se não me falha a memória acreditei no que estava debaixo dos panos,
acabei com uma má barganha
e perdido olhando pela janela.

Se não me falha a memória eu não chorei em prantos,
tentei apenas sentir a água leve que me banha,
deitei e dormi com ela.

Se não me falha a memória olhei para os lados, todos insanos,
descobri que eu não tenha a mãnha,
após isso conclui: isso não é o conto da Cinderela.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Sem enfeites

Chega, serei direto, concreto, e não usufruirei de nada, nem rascunho. Como dizia:

[...] O homem é corno e cruel, mata a baleia que não chifra
e é fiel [...] 
(Mundo animal, Mamonas Assasinas)
Bom... feliz natal.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Macaco vê, macaco faz. Será?

 
 
Vamos,
vamo que vamo,
vamos nóis,
caminhando e cantado,
vamo ae,
chega ae,
vam´bora,
dance conforme a música,
e assim vamos e acompanhemos o sistema.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Apenas Pensei (Rosto no espelho... e no olhar você mesmo)

(Vinte anos.
Não significam nada?
Significam e muito. Entretanto,
assumo que ainda me vejo ora fixo e estável,
ora com meu rosto no espelho
vislumbrado, esvaecendo-se em meio do contexto
cotidiano,
urbano,
caótico...
Mas não apenas isso, muito mais,
pois são anos, são períodos e
contínuas fases; assim edifico-me,
me descubro
e diante deste reflexo que, porém, foi,
então, o adverso, vejo a outra face,
se não de alguém, de qualquer maneira,
não dele, ou dela.
E assim encontro o modo de uma exploração,
um semelhante,
sagaz,
alegre,
em meios a galgar maturidade

...

Eu o encontro,
nos olhares, o olhar,
sinto-o.
Acordo e ele está comigo,
e por fim,
sem mais...)

"Olá, desculpe-me a desatenção, eu estava pensando em algo..."

O ciclo

Algo mudará, com certeza. Pois mesmo que você leitor, não queira, mudará. E começarei este blog com a citação que a mim não compete opinar, estabelecer, menos ainda julgar - pois grande minha mediocridade para tal -, ainda mais esta do saudoso Machado de Assis, que dentre tanto o que escreveu, e destaca-se, deixa em seu livro Memórias Póstumas de Brás Cubas no cap. 71:

[...]  porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...
E caem! -- Folhas misérrimas do meu cipreste, heis de cair, como quaisquer outras belas e vistosas; e, se eu tivesse olhos, dar-vos-ia uma lágrima de saudade. Esta é a grande
vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar...
Heis de cair. 
(Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis).
É, sendo assim...
Seja bem vindo.