segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Lucidez?

E se eu não tivesse feito as perguntas erradas?
Minhas andanças, se não fossem desviadas?
Minhas perspectivas, se não fossem deslumbradas?

Meus anseios, se não fossem diversos?
Meus pensamentos, se não fossem dispersos?
Meus passos, se não fossem incertos?

Eu quero o minuto infinito,
as horas arrastadas como o ano.
E daí?

Se meu cimento é torto.
Se meu papel nem sempre tem escopo.
Se meu ser desagradável pode ser um estorvo.

Quero que meu saber seja burro, ingênuo,
sem noção, sem nada...
diferente de você: concreto;
para que nossa ideia não seja compartilhada.

E que meu norte me aponte
ao inverso, sem tino, sem nexo.
Ao menos perdido, sempre haverá algo novo
e bem longe do seu previsível.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Na toca do lobo

Que enjoa, que pasme.
Prefiro credibilidade,
do que o provisório.

Que quebre, que ame.
Será denso,
frações, e inteiros. 

Que preze, que clame.
Será extenso,
conturbações, e anseios.

Que doa, que rasgue.
Prefiro verdade,
do que o ilusório.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Cara Valente


Não, eu não vou mais dobrar
Pode até se acostumar
Eu vou viver sozinho
Desaprendi a dividir
[...]
Olha lá, eu não sou feliz
Sempre digo
Que sou do tipo cara valente
Mas, veja só
Eles sabem
Esse humor é coisa de um rapaz
Que sem ter proteção
Fui me esconder atrás
Da cara de vilão
Então, não faço assim moça?
Não boto esse cartaz?
Vocês não caem, não?
Ê! Ê!
Eu não sou de nada
Oiá!!!
Essa cara amarrada
É só
Um jeito de viver na pior
Ê! Ê!
Eu não sou de nada
Oiá!!!
Essa cara amarrada
É só
Um jeito de viver nesse mundo de mágoas 


(adaptação: Cara Valente, Maria Rita)