quinta-feira, 18 de abril de 2013

Inconsciente

Eu rio em um ônibus sem
conhecer seu próprio trajeto:
o balanço das ruas.
E sinto...


Mas agora já sem sorriso
e em qualquer lugar,
eu despreocupado
encontro um nada com tudo.


É no meio, senão direita e esquerda...
mas ainda sim descompromissado.


Há horas, e perante elas, daqui a pouco eu me vou
e voo, voarei à experiência nova,
na beira do eu.


Se é pretérito ou futuro...
não a encontrarei, e
já é evidente o distanciamento.
O presente é apenas
um capricho.


Como canta "Quartos de hotéis são iguais
dias são iguais
os aviões são iguais
meninas iguais[...]"*
E então o que falar sobre o dia?


O botão daquela camisa que está aberto,
o olho claro daquela esposa ao telefone,
aquela conversa fiada ao meu lado, amarrada de interesses.





*Brasília, Os Paralamas do Sucesso